ISO 56002 e Governança da Inovação

ISO 56002 e Governança da Inovação

Por Fabio Ban e roteirização com auxílio do ChatGPT

Inovação é um tema corriqueiro no mundo dos negócios, mas contraditoriamente, “místico” em sua prática em muitas empresas. Não é segredo para os líderes de que inovar é mais do que iniciativas e projetos, mas processos contínuos e estratégicos, fundamentais para a perenidade da organização.

Qualquer negócio está exposto a uma concorrência assíncrona e assimétrica, ou seja, novos competidores podem aparecer a qualquer momento e podem transformar a cadeia produtiva independente do seu tamanho. Uma grande bigtech pode vir a impactar o seu negócio, independente do setor que atue, assim como uma startup com um pequeno grupo de jovens disruptivos.

Podemos considerar que um dos principais desafios e tema debatido em reuniões, eventos e mídias sociais se resume a uma frase de Peter Drucker: “A inovação sempre significa um risco. Qualquer atividade econômica é de alto risco e não inovar é muito mais arriscado do que construir o futuro”.

Como tornar a Inovação parte importante da agenda dos Conselhos e uma cultura de processo contínuo que transponham os riscos e gerem resultados e sustentabilidade para as empresas?

Torna-se necessária uma Governança com políticas de inovações que orientem os planejamentos e ações assegurando resultados e geração de valor sustentável às empresas.

A ISO 56002, conhecida como ISO da Inovação, foi publicada em 2019 e desde então adotada em todo o mundo. Desenvolvida pelo Comitê Técnico ISO/TC 279, resultante de muitos anos de estudos, com a contribuição de experientes profissionais de diversos países, é um guia de orientações e diretrizes para o gerenciamento da inovação dentro das organizações.

Diferenças em relação às outras ISOs 

Quando se pensa em ISO, é possível entender como normas rígidas a serem seguidas para certificação, o que gera muita estranheza quando se fala em inovação. Mas diferentemente das ISOs tradicionais, são normas de diretrizes, ou seja, não há requisitos específicos que precisam ser cumpridos para estar em conformidade com a norma.

Além disso, a ISO 56002 está voltada para a gestão da inovação, enquanto outras normas se concentram em aspectos específicos da gestão empresarial, como qualidade, meio ambiente, saúde e segurança.

Benefícios da ISO 56002 

A norma pode ajudar as empresas A melhorarem seus processos de inovação, gerando novos produtos e serviços ao mercado com mais eficiência. Isso através de uma cultura organizacional em que incentiva os colaboradores a buscarem continuamente ideias e soluções.

Isso permite manterem-se competitivas em um mercado em constante mudança, tornando-as capazes de se adaptarem rapidamente aos desafios e oportunidades, pelas transformações sociais, econômicas e tecnológicas.

A importância para o Conselho Administrativo e a Governança da Inovação 

A ISO 56002 pode ser uma ferramenta valiosa para o Conselho Administrativo, para estabelecer uma Governança através da direção estratégica da organização, com objetivos e metas, assim como tomada de decisões importantes, orientadas ao futuro sustentável da empresa.

Por onde começar? 

Já é sabido que o começo parte das pessoas, isto é, do modelo mental dos líderes e colaboradores, entendendo que a inovação é uma atividade contínua e estratégica da empresa e não iniciativas ou projetos isolados.

Sendo assim o Conselho precisa considerar como pauta essencial das reuniões partindo da revisão estratégica atual da empresa e a identificação das inovações necessárias visando garantir a perenidade da empresa frente às possíveis ameaças ou oportunidades que poderão surgir ao longo do tempo.

Em seguida estabelecer processos para a Gestão da Inovação. Isso pode incluir a criação de um comitê de inovação, designação de um responsável pela inovação (head de inovação), com objetivos e metas específicas.

A ISO 56002 pode ser um facilitador para manter a continuidade dos processos, através de um Sistema de Inovação que fornece as melhores práticas orientadas por diretrizes claras, o que leva a uma Governança efetiva da Inovação.

Isso se transforma em uma cultura, por meio de um ambiente inclusivo, em que colaboradores participam do processo criativo, que pode ser realizado com treinamentos e workshops que otimizem as habilidades para inovar.

A partir disso é previsto que investimentos em P&D serão necessários, para criar novos produtos ou serviços, o que poderá resultar na necessidade de contratação de novos colaboradores, ou gerar relacionamentos com novos parceiros externos.

O que não pode deixar de ser considerado? 

É importante o Conselho Administrativo considerar que a Inovação é possível ser gerada por qualquer membro da empresa, independente do cargo ou posição hierárquica, ou seja, deve ser considerado a colaboração de todos, pelo esforço conjunto entre as áreas da empresa (vendas, marketing, financeiro, logística, produção, etc..)

Vale ressaltar, por fim, que o Conselho Administrativo deve monitorar o progresso da inovação, ajustando a estratégia conforme necessário. E isso exige, por vezes, estar aberto a mudanças e novas ideias. Além disso, deve-se estar ciente de que inovação envolve riscos. Nem todas as ideias de inovação terão êxito e precisarão ser abandonadas ainda que sejam boas. É importante que a empresa esteja preparada para lidar com falhas e aprender com elas.

Conclusão 

A inovação não é uma opção, mas uma necessidade essencial para as empresas que desejam se destacar no mercado cada vez mais competitivo e em constante mudança. As empresas que não inovam correm um alto risco de se tornarem obsoletas e perderem espaço para concorrentes inovadores.

E a ISO 56002, é uma ferramenta valiosa para a empresa que deseja desenvolver uma cultura de inovação e estabelecer uma governança efetiva orientada pela inovação. Ao seguir as diretrizes estabelecidas pela norma, os Conselhos Administrativos poderão se assegurar de que estam tomando medidas necessárias para promover a inovação e garantir competitividade e perenidade em um cenário de rápidas e radicais transformações sociais, econômicas e tecnológicas.

Fonte: QMS – Certificadora Australiana da ISO

Fabio Ban é Educador e Mentor de Inovabilidade e Ambidestria através de um método exclusivo de gamificação. Conselheiro Independente TrendsInnovation. Conselheiro do Capitalismo Consciente filial Curitiba. Mais de 15 anos de experiência em Desenvolvimento de Pessoas e Coordenação de Projetos. Tem como propósito a transformação de profissionais e empresas para a sociedade 5.0

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