Por Luiz Dotto
A Governança Corporativa aplicada a empresas familiares, é um sistema de gestão pautado em melhorar a prestação de conta e a equidade entre as partes interessadas, aumentar a transparência e ter mais assertividade nos processos, tornando o convívio melhor e a tomada de decisões mais efetiva. Além de deixar claro qual será o legado para as gerações futuras, garantindo a prosperidade do negócio.
Empresas familiares compõem cerca de 80% a 90% de todas as empresas no mundo. E segundo a pesquisa co-desenvolvida pelo Centro Empresarial Familiar Cox da Kennesaw State University e pelo Centro de Excelência Empresarial Global da EY, uma das maiores chaves para o sucesso longevo das empresas familiares é a capacidade de entregar eficientemente o controle da empresa à próxima geração. Mas como fazer isso de maneira efetiva?
O processo sucessório deve ser planejado e implementado de modo a farantir o sucesso prolongado do negócio.
É necessário planejamento: Escolher e preparar o sucessor. Fazer essa transição com o menor impacto possível entre os familiares, funcionários e fornecedores. Quanto antes implementar a Governança Corporativa em uma empresa familiar, melhor. Independentemente do tamanho e do tempo da empresa. ela contempla, entre outras coisas, como melhorar o convívio e qual será o legado deixado para as futuras gerações familiares.
Porque implementar a GC:
- Melhora a gestão do negócio;
- Melhora o relacionamento entre os ambientes da família, sócios e gestão;
- Mitiga os riscos envolvidos nos três ambientes e perante o mercado;
- Com um bom protocolo societário, regula regras dentro dos três ambientes;
- Prepara a empresa para um bom planejamento sucessório;
- Promove regras de blindagem patrimonial e de transparência;
- Promove regras de equidade ao trato dos interesses da família, sócios e gestão executiva;
- Promove melhoria nos processos de prestação de contas dos sócios e gestores;
- Promove melhores políticas de responsabilidade social da empresa;
- Promove confiança, reconhecimento e melhores custos dos agentes financeiros externos e fornecedores.
A Governança Corporativa em empresas familiares é um sistema de gestão, no qual elas são dirigidas, monitoradas e incentivadas, envolvendo família (herdeiros), propriedade (sócios), gestão (empresa) e consequentemente, os seus stakeholders. Ela pode ser implementada a qualquer momento, mas o quanto antes melhor, visto que é um processo com etapas que leva um certo tempo até estar bem assimilada e implementada no negócio.
Nestes últimos três anos de evolução exponencial do mundo digital e conectividade, as consequentes mudanças nas necessidades dos consumidores, B2C e B2B, exigem um upgrade nas gestões cotidianas das organizações.
Não basta somente a excelência na gestão do seu atual negócio, que sempre será primordial para o presente, pois vivemos e colhemos, no presente, o resultado da eficiência apresentada no passado.
Agora, temos que adotar as boas práticas cotidianas na gestão de um momento que não vivemos, o futuro. Como nosso negócio será afetado amanhã, por produtos, processos e comercialização? O que temos que iniciar agora, para estarmos prontos para o reposicionamento do consumidor no futuro. Como identificar estas transformações temporais disruptivas? Como, com quem e com que foco e recursos, dentro de nossas instituições, faremos a conexão constante da eficiência do atual com a inovação do amanhã?
Planejamentos estratégicos não podem mais ser aqueles tradicionais de dois a cinco anos. Devem conter revisões, no mínimo duas vezes ao ano, com informações confiáveis de alteração no ambiente SWOT, com visão do futuro e não mais do ocorrido no passado.
Luiz Dotto é Conselheiro, mentor em empresas familiares, auditor e consultor de implementação em Governança Corporativa