Por Claudia Hausner
Voltando 10 anos para trás, ou mesmo 5 anos é possível entendermos como estamos em um momento no qual as evoluções impactam as empresas em todos os mercados e lugares (globalmente falando). Mesmo sem querer, as empresas estão sendo pressionadas de forma exponencial em todos os vetores, e se superar presente sempre passou a ter uma pressão adicional: o fator referência temporal. ”Mais do que nunca, as empresas, independentemente de seu tamanho, precisam hoje além das suas rotinas diárias, administrar o seu futuro que está cada vez mais próximo, pela velocidade das inovações.
Somos no Brasil (primeiro quadrimestre de 2020 – Boletim Mapa de Empresas Governo Brasileiro) um total de 18.466.444 empresas ativas, destas 90% são empresas de controle familiares. Sociedades Anônimas abertas 444 (listadas na B3). MEIs e empresas individuais são a grande maioria.
Vamos focar nas sociedades anônimas de capital fechado (162.983) e nas limitadas (4.123.979).
Os líderes empresariais e seus modelos de negócio desse nosso universo acima de foco existem há pelo menos mais de 10 anos na sua grande maioria. As mudanças velozes e intensas têm testado capacidades de adaptação, exigido cada vez mais as empresas se posicionar estrategicamente.
Em muitos casos os sócios assumem também posições operacionais combinadas com as de executivas. Indubitável que os sócios dessas empresas, CEOs membros da família e mesmo cargos executivos contratados muitas vezes construíram com sucesso seus negócios ao longo de muitos anos e vivenciaram ciclos de alto e baixas dos negócios, e têm profundo conhecimento sobre suas empresas e setores. O olhar para o histórico passado é confortante pois entendemos e deve ser valorizado: fizemos tudo isso até aqui.
Mas, em mundo como o atual de tanta pressão, que exige novas formas de atuar, pensar e ser, pode levar às empresas a se distanciarem da perpetuidade desejado e da real construção de mais valor agregado dentro dos ecossistemas em que operam. Temos de fato um risco real.
Se você e sua empresa se reconhece no parágrafo acima, a pergunta que deve estar se fazendo é como resolvemos essa questão? Como perpetuo o negócio e navego nesses universos de múltiplas pressões e exigências de múltiplos conhecimentos? Entendemos que a pergunta que deve ser feita é: será que já não é hora de considerar a constituição de um Conselho, que permite construção de estratégia e perspectivas, apoiar o corpo executivo, e dividir responsabilidades executiva e estratégica?
A pergunta fácil de responder é como que alguém que não vivenciou a história da empresa, como membro de conselho pode de fato ajudar nosso negócio. A opção de constituir um conselho familiar, consultivo ou administrativo adequado entenderá e valorizará todo o conhecimento passado, apoiará os sócios e familiares e tem responsabilidade de trabalhar a diretriz para uma longevidade próspera capaz de enfrentar os desafios que temos no presente.
Um Conselho Familiar é indicado para as empresas familiares com estrutura familiar complexa e que tem como objetivo preservar a família e segregar conflitos e interesses da família do ambiente da empresa. O Conselho de Família bem estruturado trata dos desafios relacionados à convivência da família com o negócio. Temas delicados, como conflitos inerentes ao direcionamento dos negócios, às disputas pelo poder, à participação nos resultados e a outras aspirações pessoais. Precisa de ter Conselheiros de fora da família, profissionais qualificados, com habilidade de compreensão dos valores da família e evitar portanto, que conflitos familiares tomem grandes proporções, e em caso de já terem tomado, retomar o equilíbrio.
As vantagens de um Conselho Consultivo: traz novas perspectivas, insights de mercado que ajudam a posicionamento de mercado e melhorias de gestão, reduz conflito em tomadas de decisões estratégicas pela sua objetividade. O fato de os Conselheiros Consultivos não estarem envolvidos no dia a dia da empresa permite que tenham uma visão mais holística, dediquem tempo para a estratégia e visão de futuro, que muitas vezes fica em segundo plano por falta de tempo dos sócios e executivos. Ter apoio, compartilhar decisões, é muito importante. Um Conselho Consultivo é um bom treinamento para uma Governança Corporativa mais robusta.
Um Conselho Consultivo e na sequência de 3 a 6 anos, como Administrativo e deliberativo, tem a responsabilidade de trabalhar a longevidade e sustentabilidade da empresa, e por isso a composição é uma equação de diferentes perfis que tem como missão manter a empresa posicionada no mercado e melhorar seu valor constantemente. A empresa ganha mais tranquilidade para lidar com pressões e incertezas do mundo ultradinâmico atual, entenderá movimentos de mercados, cada Conselheiro trata um universo de informações e insights que contribuem para tomadas de decisão mais embasadas. É a oportunidade de tirar o principal executivo do dia a dia e poder olhar e ter subsídios para o futuro. Estudos indicam que empresas limitadas e de capital fechados com um Conselho têm resultados substancialmente melhores que as que não tem implementado esse órgão.
Ter um Conselho com visão de futuro, mindset de inovação e tendências, ai sim! a evolução e resultados positivos serão exponenciais.
Claudia Hausner é sócia fundadora da HH Inteligência, Conselheira em formação Business Trend Innovation da Inova Business School, atuou em conselhos de empresas familiares e conselho consultivo. A HH entrega em seus serviços de consultoria: construção de valor, soluções financeiras, valuation, plano de negócios (também para start-ups), transformação digital e gestão de alto impacto para empresas com desejo de reposicionamento, perpetuidade e prosperidade. Quando executiva dentro do setor financeiro foi C-Level e desenvolveu ampla experiencia em mercado de capitais tendo atuado principalmente em bancos de investimento.